Conta de luz de avicultor que investe no sistema em Santa Helena, no Paraná, caiu de R$ 5 mil para uma média de R$ 700,00 ao mês
A energia solar fotovoltaica é uma grande aliada dos agricultores, produtores ou famílias rurais para reduzirem o gasto com a conta de luz e aumentarem a renda proveniente do agronegócio. Dessa maneira, muitas melhorias podem ser realizadas para impulsionar o negócio no campo, com a economia gerada por um kit de energia solar rural.
Um exemplo é no município de Santa Helena, no Oeste do Paraná, onde desde abril deste ano o avicultor Roque Besen instalou 342 painéis solares no telhado de sua propriedade. A avicultura utiliza muito a energia elétrica, devido à necessidade de manter os galpões climatizados 24h por dia, para conforto térmico e bem-estar das aves.
Para o avicultor, esse é o futuro da zona rural, para quem trabalha com produção de suínos, de aves ou com horticultura. Sua conta de luz chegava a R$ 5 mil e atualmente a conta varia entre R$ 400 e R$ 700. Segundo ele, com essa grande redução da conta de energia, o financiamento de R$ 450 mil para pagar em dez anos valeu a pena. “É impossível dizer que não dá certo”, afirma Besen. Ele recebeu o prêmio de “melhor cooperado do setor de aves” da cooperativa Lar Agroindustrial.
Mas a conta ainda não chegou ao que foi dimensionado no projeto, que, no caso, previa suprir o consumo da propriedade e ainda gerar um excedente de 30%. “Hoje, nos dias bons de sol, o sistema produz 700 quilowatts por dia; se está nublado, produz de 300 a 380 quilowatts”, destaca Besen.
O coordenador de eficiência energética da cooperativa Lar, Juliano de Oliveira, destaca que a energia é fundamental para a subsistência da avicultura. “A opção é investir em gerador fotovoltaico, até para que os avicultores possam se manter na atividade, já que a conta de energia hoje reduz em média 24% a 28% do lucro gerado pelos frangos”, disse.
Somente na cidade de Santa Helena, com 26.500 habitantes, segundo o IBGE, já possui 141 unidades particulares que aderiram ao sistema solar fotovoltaico, posicionando-se em 14º lugar no ranking estadual da geração distribuída. Os dados são da Copel, distribuidora que atende a região.
Hoje, a única taxa paga pelo consumidor desse sistema que utiliza a rede de distribuição para injetar e receber a energia é o ICMS sobre a Tarifa do Uso da Distribuição (TUSD). A TUSD é a tarifa cobrada de todos os consumidores pela disponibilidade da rede de energia.
Enquanto os agricultores tentam se adequar ao modelo de energia solar para obter mais lucros e melhor produtividade nos seus negócios, está em consulta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a revisão das regras para os consumidores do sistema, com a intenção de reduzir gradualmente esses subsídios. Na avaliação da Aneel, atualmente a produção desse tipo de energia já tem um custo viável, diferentemente de quando a medida foi implantada.
Elaborada em 2012, a resolução estabelece subsídios para incentivar esse tipo de prática, como a isenção do pagamento de tarifas pelo uso da rede elétrica e também do pagamento de outras componentes da conta de energia, como os encargos setoriais (que geram receita para subsidiar a tarifa social, por exemplo).
Fonte: Portal Solar